Em entrevista concedida, nesta segunda-feira (14), para o colunista Léo Dias, do Metrópoles, Fábio Porchat se defendeu das críticas recebidas por interpretar o personagem Cristiano, pedófilo do filme ‘Como se Tornar o Pior Aluno da Escola‘. Ele relembrou que o personagem é um vilão e que foi contratado para trabalhar na produção, sem qualquer vínculo com a concepção da obra.

“Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas”, explicou.

Ainda durante a entrevista, Fábio Porchat relembrou outros grandes personagens da TV e do cinema brasileiro e mundial. “O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim”, disse.

O humorista ressaltou, ainda, que retratar assuntos polêmicos em produções de audiovisual não é o mesmo que fazer apologia ao crime. “Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha”, finalizou.