Mesmo com a inflação geral de -0,11% em agosto, o acesso à alimentação saudável segue como um desafio no Brasil. Segundo o Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação de Alimentos, produzido pelo Pacto Contra a Fome, o custo da cesta NEBIN, composta majoritariamente por alimentos in natura, ficou em R$ 408 no mês. Para uma família de três pessoas, a despesa chega a R$ 1.224, valor elevado em comparação ao salário mínimo de R$ 1.518.

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O levantamento mostra que os alimentos in natura e minimamente processados acumulam alta de 7,84% em 13 meses, acima da variação dos ultraprocessados (+6,81%). Apesar da queda recente em itens como tomate, manga e arroz, outros produtos seguem caros, o que limita a sensação de melhora no orçamento. Já a alimentação fora de casa subiu 8,50% em um ano, ritmo superior ao consumo no domicílio (+7,01%).

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Para Ricardo Mota, gerente de Inteligência Estratégica do Pacto Contra a Fome, o alerta é claro: “Apesar do alívio momentâneo nos índices de inflação, a alimentação saudável segue cara e pouco acessível. O fato de os alimentos in natura acumularem a maior alta em 12 meses reforça a necessidade de políticas públicas estruturantes, que reduzam a volatilidade desses preços e garantam o direito à alimentação adequada de forma contínua e sustentável”.